"CHIQUE É CRER EM DEUS"

Investir em conhecimento pode nos tornar sábios... Mas, Amor e Fé nos  tornam humanos!

Coisas que todos os catequistas novatos deveriam saber

Catequese é algo fundamental para a Igreja e não se pode improvisar. Por isso, aqui vão algumas coisas básicas que você não pode esquecer.

O catecismo responde.

Respostas sobre dúvidas sonbre o Sacramento do Batismo

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Especial sobre Quaresma

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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Estudo sobre o Evangelho de São Mateus - Parte 3

Estrutura de Mateus

Prólogo: Genealogia e narrativa da infância 1,1-2,23
Genealogia de Jesus 1,1-17
O nascimento 1,18-25
A adoração dos magos 2,1-12
Fuga para o Egito e matança nos inocentes, a volta para Israel 2,13-13
I - Parte: Proclamação do Reino dos Céus 3,1-7,29
Narrativa: Início do Ministério de Jesus 3,1-7,29
Discurso: O Sermão da Montanha 5,1-7,29
II - Parte: O ministério de Jesus na Galiléia 8,1-11,1
Narrativa: Histórias dos dez milagres 8,1-11,1
Discurso: Missão e martírio 9,35-11,1
III - Parte: Histórias e parábolas em meio a controvérsias 11,2-13,52
Narrativa: Controvérsia que se intensificam 11,2-12,50
Discurso: Parábolas do Reino 13,1-52
IV - Parte: Narrativa, controvérsia e discurso 13,53-17,27
Narrativa: Vários episódios precedentes à jornada final de Jesus em Jerusalém 13,53-17,27
Discurso: Ensino sobre a igreja 18,1-35
V - Parte: Jesus na Judéia e em Jerusalém 19,1-25,46
Narrativa: A jornada final de Jesus e a instauração do conflito 19,1-23,39
Discurso: Os ensinos escatológicos de Jesus 24,1-25,46
A narrativa da Paixão 26,1-27,66

A narrativa da ressurreição 28,1-20

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Dois modos de ler a Bíblia

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Estudo sobre o Evangelho de São Mateus - Parte 2

A teologia
Escrevendo entre judeus e para judeus, MATEUS procura mostrar como na pessoa e na obra de Jesus se cumpriram as Escrituras, que falavam profeticamente da vinda do Messias. A partir do exemplo do Senhor, reflete a praxe eclesial de explicar o mistério messiânico mediante o recurso aos textos da Escritura e de interpretar a Escritura à luz de Cristo. Esta característica marcante contribui para compreender o significado do cumprimento da Lei e dos Profetas: Cristo realiza as Escrituras, não só cumprindo o que elas anunciam, mas aperfeiçoando o que elas significam (5,17-20). Assim, os textos da Escritura neste Evangelho confirmam a fidelidade aos desígnios divinos e, simultaneamente, a novidade da Aliança em Cristo.
Nele ressaltam cinco blocos de palavras ou “discursos” de Jesus: 5,1-7,28; 8,1-10,42; 11,1-13,52; 13,53-18,35; 19,1-25,46. Ocupam um importante lugar na trama do livro, tendo a encerrá-los as mesmas palavras (7,28), e apresentam sucessivamente: “a justiça do Reino” (5-7), os arautos do Reino (10), os mistérios do Reino (13), os filhos do Reino (18) e a necessária vigilância na expectativa da manifestação última do Reino (24-25).
Desde o séc. II, o Evangelho de MATEUS foi considerado como o “Evangelho da Igreja”, em virtude das tradições que lhe dizem respeito e da riqueza e ordenação do seu conteúdo, que o tornavam privilegiado na catequese e na liturgia. O Reino proclamado por Jesus como juízo iminente é, antes de mais, presença misteriosa de salvação já atuante no mundo. Na sua condição de peregrina, a Igreja é “o verdadeiro Israel” onde o discípulo é convidado à conversão e à missão, lugar de tensão ética e penitente, mas também realidade sacramental e presença de salvação. Não identificando a Igreja com o Reino do Céu, MATEUS continua hoje a recordar-lhe o seu verdadeiro rosto: uma instituição necessária e uma comunidade provisória, na perspectiva do Reino de Deus.
Como os outros Evangelhos, o de MATEUS refere à vida e os ensinamentos de Jesus, mas de um modo próprio, explicitando a cristologia primitiva: em Jesus de Nazaré cumprem-se as profecias; Ele é o Salvador esperado, o Emanuel, o “Deus conosco” (1,23) até à consumação da História (28,20); é o Mestre por excelência que ensina com autoridade e interpreta o que a Lei e os Profetas afirmam acerca do Reino do Céu (= Reino de Deus); é o Messias, no qual converge o passado, o presente e o futuro e que, inaugurando o Reino de Deus, investe a comunidade dos discípulos – a Igreja – do seu poder salvífico.
Assim, no coração deste Evangelho o discípulo descobre Cristo ressuscitado, identificado com Jesus de Nazaré, o Filho de Davi e o Messias esperado, vivo e presente na comunidade eclesial.

O Cristo revelado
Este Evangelho apresenta Jesus como o cumprimento de todas as expectativas e esperanças messiânicas. Mt estrutura cuidadosamente suas narrativas para revelar Jesus como cumpridor de profecias específicas. Portanto, ele impregna seu Evangelho tanto com citações quanto com alusões ao AT, introduzindo muitas delas com a fórmula “para que se cumprisse”.
No Evangelho. Jesus normalmente faz alusão a si mesmo como o Filho do Homem, uma referência velada ao seu caráter messiânico (Dn 7.13,14). O termo não somente permitiu a Jesus evitar mal-entendidos comuns originados de títulos messiânicos populares, como possibilitou-lhe interpretar tanto sua missão de redenção (como em 17,12.22; 20,28; 26,24) quanto seu retorno na glória (como em 13,41; 16,27; 19,28; 24,30.44; 26,64).
O uso do título “Filho de Deus” por Mt sublinha claramente a divindade de Jesus (1,23; 2,15; 3,17; 16,16). Como o Filho, Jesus tem um relacionamento direto e sem mediação com o Pai (11,27).
Mt apresenta Jesus como o Senhor e Mestre da igreja, a nova comunidade, que é chamada a viver nova ética do Reino dos céus. Jesus declara: “a igreja” como seu instrumento selecionado para cumprir os objetivos de Deus na Terra (16,18; 18,15-20). O Evangelho de Mt pode ter servido como manual de ensino para a igreja antiga, incluindo a surpreendente Grande Comissão (28,12-20), que é a garantia da presença viva de Jesus.

O Espírito Santo
A atividade do ES é evidente em cada fase e ministério de Jesus. Foi por meio do poder do Espírito que Jesus foi concebido no ventre de Maria (1,18-20).
Antes de Jesus começar seu ministério público, ele foi tomado pelo Espírito de Deus (3,16) e foi conduzido ao deserto para ser tentado pelo diabo como preparação adicional a seu papel messiânico (4,1). O poder do Espírito habilitou Jesus a curar (12,15-21) e a expulsar demônios (12,28).
Da mesma forma que João imergia seus seguidores na água, Jesus imergirá seus seguidores no ES (3,11). Em 7,21-23, encontramos uma advertência dirigida contra os falsos carismáticos, aqueles que na igreja, profetizam, expulsam demônios e fazem milagres, mas não fazem a vontade do Pai.
Presumivelmente, o mesmo ES que inspira atividades carismáticas também deve permitir que as pessoas da igreja façam a vontade de Deus (7,21).
Jesus declarou que suas obras eram feitas sob o poder do ES, evidenciando que o Reino de Deus havia chegado e que o poder de satanás estava sendo derrotado. Portanto, atribuir o poder do ES ao diabo era cometer um pecado imperdoável (12,28-32).
Em 12,28, o ES está ligado ao exorcismo de Jesus e à presente realidade do Reino de Deus, não apenas pelo fato do exorcismo em si, pois os filhos dos fariseus (discípulos) também praticavam exorcismo (12,27). Mas precisamente, o ES está executando um novo acontecimento com o Messias—”é chegado a vós o Reino de Deus” (v.28).

Finalmente, o ES é encontrado na dinâmica da missão (28,16-20). Os discípulos são ordenados a ir e a fazer discípulos de todas as nações, “batizando-os em nome do Pai, do Filho e do ES” (v.19). Isto é, eles deveriam batizá-los “no/com referência ao “ nome— ou autoridade– do Deus Uno e Trino. Em sua obediência a esta missão, os discípulos de Jesus têm garantida sua constante presença com eles.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Estudo sobre o Evangelho de São Mateus - Parte 1

Evangelho de Mateus
Este Evangelho, transmitido em grego pela Igreja, deve ter sido escrito originariamente em aramaico, a língua falada por Jesus. O texto atual reflete tradições hebraicas, mas ao mesmo tempo testemunha uma relação grega. O vocabulário e as tradições fazem pensar em crentes ligados ao ambiente judaico; apesar disso, não se pode afirmar, sem mais, a sua origem palestinense. Geralmente pensa-se que foi escrito na Síria, talvez em Antioquia ou na Fenícia, onde viviam muitos judeus, por deixar entrever uma polêmica declarada contra o judaísmo farisaico. Atendendo a elementos internos e externos ao livro, o atual texto pode datar-se dos anos 80-90, ou seja, algum tempo após a destruição de Jerusalém.

O autor
Embora este evangelho não identifique seu autor, a antiga tradição da igreja o atribui a Mateus, o apóstolo e antigo cobrador de impostos. Pouco se sabe sobre ele, além de seu nome e ocupação. A tradição diz que, nos quinze anos após ressurreição de Jesus, ele pregou na Palestina e depois conduziu campanhas missionárias em outras nações.

A data
Evidências externas, como citações na literatura cristã do Séc I, testemunham desde cedo a existência e o uso de Mt. Líderes da igreja do Séc. II e III geralmente concordavam que Mt foi o primeiro Evangelho a ser escrito, e várias declarações em sues escritos indicam uma data entre 65 e 70 dC.

 O conteúdo
O objetivo de Mt é evidente na estrutura deste livro, que agrupa os ensinamentos e atos de Jesus em cinco partes. Este tipo de estrutura, comum ao judaísmo, pode revelar o objetivo de Mt em mostrar Jesus como o cumprimento da lei. Cada divisão termina com uma fórmula como: “Concluindo Jesus estes dircusos…” (7,28; 11,1; 13,53; 19,1; 26,1).
No prólogo (1,1-2,23), Mt mostra que Jesus é o Messias ao relacioná-lo às promessas feitas a Abraão e Davi. O nascimento de Jesus salienta o tema do cumprimento, retrata a realeza de Jesus e sublinha a importância dele para os gentios.
A primeira parte (caps. 3-7) contém o Sermão da Montanha, no qual Jesus descreve como as pessoas devem viver no Reino de Deus.
A Segunda parte (8,1-11,1) reproduz as instruções de Jesus a seus discípulos quando ele os enviou para a viagem missionária.
A Terceira parte (11,2-13,52) registra várias controvérsias nas quais Jesus estava envolvido e sete parábolas descrevendo algum aspecto do Reino dos céus, em conexão com a resposta humana necessária.
A Quarta parte (13,53-18,35) o principal discurso aborda a conduta dos crentes dentro da sociedade cristã (cap 18).
A quinta Parte (19,1-25,46) narra a viagem final de Jesus a Jerusalém e revela seu conflito climático com o judaísmo. Os caps. 24-25 contêm os ensinamentos de Jesus relacionados à últimas coisas. O restante do Livro (26,1-28,20) detalha acontecimentos e ensinamentos relacionados à crucificação, à ressurreição e à missão do Senhor à Igreja. A não ser no início e no final do Evangelho, a disposição de Mt não é cronológica e não estritamente biográfica, mas foi planejada para mostrar que o Judaísmo encontra o cumprimento de suas esperanças em Jesus.

Composição literária

MATEUS recorre a fontes comuns a Mc e Lc, mas apresenta uma narração muito diferente, quer pela amplitude dos elementos próprios, quer pela liberdade com que trata materiais comuns. O conhecimento dos processos e os modos próprios de escrever de MATEUS são de grande importância para a compreensão do livro atual: compilação de palavras e dos fatos, de “discursos” e de milagres; recurso a certos números (7, 3, 2); estilo catequético; citações da Escritura, etc..

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

PALAVRA DE VIDA PARA O MÊS DE SETEMBRO 2014

“Acolhei-vos uns aos outros, como Cristo vos acolheu, para a glória de Deus.”
(Rm 15,7)

 Essas palavras expressam uma das últimas recomendações que são Paulo faz na sua carta aos cristãos de Roma. Aquela comunidade, como, aliás, muitas outras espalhadas pelo mundo greco-romano, era formada por fiéis provenientes, em parte, do paganismo e, em parte, do judaísmo. Portanto, pessoas com mentalidade, formação cultural e sensibilidade espiritual muito diferentes. Essa diversidade dava margem a julgamentos, preconceitos, discriminações e intolerâncias de uns para com os outros, certamente não condizentes com aquela acolhida mútua que Deus gostaria que eles tivessem.
Para ajudá-los a superar essas dificuldades, o Apóstolo não encontra outro meio mais eficaz do que fazê-los refletir sobre a graça da própria conversão. O fato de Jesus tê-los chamado à fé, comunicando-lhes o dom de seu Espírito, era a prova palpável do amor com o qual Jesus havia acolhido a cada um deles. Apesar de seu passado e da diversidade de proveniências, Jesus os tinha acolhido para formarem um só corpo.
“Acolhei-vos uns aos outros, como Cristo vos acolheu, para a glória de Deus.”
Essas palavras de são Paulo nos lembram um dos aspectos mais tocantes do amor de Jesus: é o amor com o qual Ele, durante a sua vida terrena, sempre acolheu a todos, de modo especial os mais marginalizados, os mais necessitados, os mais distanciados; é o amor com o qual Jesus ofereceu a todos sua confiança, sua confidência, sua amizade, derrubando uma por uma as barreiras que o orgulho e o egoísmo humano tinham erguido na sociedade de seu tempo. Jesus foi a manifestação do amor plenamente acolhedor do Pai celeste para cada um de nós e do amor que, por consequência, nós deveríamos ter uns para com os outros. Esta é a primeira vontade do Pai a nosso respeito; por isso não temos como dar a Deus uma glória maior do que aquela que lhe damos quando procuramos nos acolher uns aos outros da maneira como Jesus acolheu a nós.
“Acolhei-vos uns aos outros, como Cristo vos acolheu, para a glória de Deus.”
Como poderemos viver então, a Palavra de Vida desse mês? Ela chama a nossa atenção para um dos aspectos mais frequentes do nosso egoísmo e – digamos a verdade – um dos mais difíceis de superar: a tendência a nos isolarmos, a discriminar, a marginalizar, a excluir o outro na medida em que é diferente de nós e poderia perturbar a nossa tranquilidade.
Procuraremos, então, viver essa Palavra de Vida antes de mais nada no âmbito das nossas famílias, associações, comunidades e grupos de trabalho, eliminando em nós os julgamentos, as discriminações, os preconceitos, os ressentimentos, as intolerâncias contra esse ou aquele próximo, coisas que surgem tão facilmente e tão frequentemente, sentimentos esses que comprometem e esfriam tanto os relacionamentos humanos e impedem o amor mútuo, fazendo-o emperrar, como se fossem ferrugem.
Além disso, procuraremos viver essa Palavra na vida social em geral, fazendo o propósito de testemunhar o amor acolhedor de Jesus para com qualquer próximo que o Senhor colocar ao nosso lado, principalmente aqueles que o egoísmo social tende mais facilmente a excluir ou a marginalizar.
Acolher o outro, o diferente de nós, é básico no amor cristão. É o ponto de partida, o primeiro degrau para a construção daquela civilização do amor, daquela cultura de comunhão à qual Jesus nos chama hoje de modo especial.

Este comentário à Palavra de Vida foi publicado originalmente em dezembro de 1992.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

CARTA- RESPOSTA A UM AUTO-PROCLAMADO EVANGÉLICO (1992)

A presente carta que circula há anos pela Internet teve origem numa resposta que dei, numa coluna de revista, a um combativo evangélico. Anos mais tarde, alguém a copiou e jogou na Internet. O texto foi sofrendo sucessivas modificações alheias à minha vontade. Publico neste livro o texto original. A carta, de quatro páginas, trazia entre as duras acusações a passagem que motivou minha resposta:
“Maria não pode nada. Menos ainda as imagens dela, que vocês adoram. Sua igreja continua idólatra. Já fui católico e, hoje, sou feliz porque só creio em Jesus. Você, com suas canções é o maior propagador da idolatria Mariana. Converta-se enquanto é tempo, senão vai para o inferno com suas canções idólatras…” P. S., São Paulo-SP.

Ele não escreveu pela internet e não se expôs, por isso indico apenas as iniciais. Minha resposta teve o seguinte teor:

S.Paulo, 15 outubro l992
P.S., Cristão mais do que eu…

Sua carta chega a ser cruel. Em quatro páginas você consegue mostrar o que um verdadeiro evangélico não pode ser. Seus irmãos mais instruídos na fé sentiriam vergonha de ler o que você disse em sua carta contra nós, católicos, e contra Maria, a mãe do Cristo que você diz conhecer mais do que eu.
O irônico de tudo isso é que, enquanto você sai por aí, agredindo a mãe de Jesus e diminuindo o papel dela no cristianismo, um número enorme de evangélicos, fala dela, hoje, com maior carinho e começa a compreender a devoção dos católicos por ela.
Você pegou o bonde atrasado e na hora errada, e deve ter ouvido os pastores errados, porque, entre os evangélicos, tanto como entre nós católicos, Maria é vista como a primeira cristã, e a figura mais expressiva da evangelização depois de Jesus. Eles sabem da presença firme e fiel de Maria ao lado do filho divino.

Evangélico hoje, meu caro, é alguém que pautou sua vida pelos evangelhos e, por ser um bom evangélico, não precisa agredir nem os católicos nem a Mãe de Jesus. Você é muito mais antimariano do que cristão ou evangélico. Seu negócio é agredir Maria e os católicos. Nem os bons evangélicos querem gente como você no meio deles.

Quanto ao que você afirma: que nós adoramos Maria, sinto pena de você… Enquanto católico em Santo André, segundo você afirma, já não sabia quase nada de Bíblia por culpa da nossa igreja, agora que virou evangélico parece que sabe menos ainda de Bíblia, de Jesus, de Deus e do reino dos céus. Você regrediu…

Está confundindo culto de veneração com culto de adoração, está caluniando quem tem imagens de Maria em casa, ao acusá-lo de idólatra. Ora, Paulo, há milhões de católicos que usam das imagens e sinais do catolicismo de maneira serena e inteligente. Se você usava errado, teria que aprender.

Ao invés disso foi para outra igreja aprender a decidir quem vai para o céu e quem vai para o inferno. Tornou-se juiz da fé dos outros. Deu um salto gigantesco em seis meses; de católico tornou-se evangélico, pregador de sua igreja e já se coloca como a quarta pessoa da Santíssima Trindade, porque está decidindo quem vai para o céu e quem vai para o inferno. Mais uns dois anos, e talvez dê um golpe de estado no céu e se torne a primeira pessoa da Santíssima Trindade…

Então, talvez, mande Deus avisar quem você vai por no céu e no inferno… Sua carta é pretensiosa. Sugiro que estude mais evangelismo, e em poucos anos, estará escrevendo cartas bem mais fraternas e bem mais serenas do que esta. Desejo de todo o coração que você encontre bons pastores evangélicos. Há muitíssimos homens de Deus nas igrejas evangélicas que ensinarão a você como ser um bom cristão e como respeitar a religião dos outros. Isso, você parece que perdeu quando deixou de ser católico. Era um direito que você tinha: procurar sua paz. Mas parece que não a encontrou ainda, a julgar pela agressividade de suas palavras.

Quanto a Maria, nenhum problema.. Ela é excelente caminho para Jesus. Até porque, quem está perto de Maria, nunca está longe de Jesus. Ela nunca se afastou dele. Tire isso por você mesmo! Se você se deu ao trabalho de me escrever uma carta para me levar a Jesus, e se acha capaz disso, imagine, então, o poder da mãe de Deus que, ao contrario do que talvez lhe ensinem, não está dormindo! Ou você acha que Jesus até agora não conseguiu levar nem mesmo a mãe dele para o céu? O sangue dele tem ou não tem poder? Não cantam isso na sua nova igreja?

De Jesus ela entende mais do que você. Ou, inebriado com a nova fé, você se acha mais capaz do que ela? Se você pode sair por aí escrevendo cartas para aproximar as pessoas de Jesus, Maria pode milhões de vezes mais com sua prece de mãe. Ela já está no céu e você ainda está aqui apontando o dedo contra os outros e decidindo quem vai ou quem não vai para lá.

Grato por sua carta. Mostrou-me porque devo lutar pela compreensão entre as igrejas. É por causa de gente como você.”

Pe Zezinho

domingo, 31 de agosto de 2014

MENSAGEM PARA O “DIA DO CATEQUISTA”

Queridas catequistas!
            Queridos catequistas!

            O Documento 100 da CNBB: "Comunidades de comunidades: uma nova paróquia - a conversão pastoral da paróquia", aposta plenamente na INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ através de uma CATEQUESE COM INSPIRAÇÃO CATECUMENAL. Os números 268 e 269 afirmam com todas as letras: "Para que as comunidades sejam renovadas, devem ser casa de iniciação à vida cristã, onde a catequese há de ser uma prioridade. Nesse sentido, padres, catequistas e a própria comunidade precisam de uma conversão pastoral para rever a catequese de adultos, jovens, adolescentes e crianças".
            Em outras palavras, a Igreja no Brasil coloca toda a sua confiança no trabalho gratuito, abnegado e corajoso dos milhares de catequistas comprometidas e comprometidos em vista de uma “nova paróquia”, e, consequentemente, novas “igrejas particulares” e nova “igreja universal”, elas sendo anúncios da “alegria do evangelho” (Papa Francisco). A revitalização das comunidades cristãs conta com todos nós catequistas! E como pode contar, graças a Deus!
            Por tudo isso, queridas e queridos catequistas espalhadas espalhados por este nosso imenso território brasileiro, a Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-catequética da CNBB, por ocasião do “Dia do Catequista”, dentro do Mês Vocacional, quer expressar-lhes os sinceros PARABÉNS e dizer-lhes mais uma vez MUITO OBRIGADO.
            Que Nossa Senhora Aparecida, Mãe da Igreja, Estrela da Evangelização, Catequista Maior, interceda junto a Deus Trindade por cada uma e cada um de vocês, queridas e queridos catequistas.

Dom Jacinto Bergmann,
Arcebispo de Pelotas
e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral

para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

COERENTES COMO JESUS…

Quando Jesus propôs aos discípulos que o “sim” deles fosse “sim” e o “não” fosse “não” propôs uma das virtudes mais difíceis da vida. É que ela engloba muitas outras. O mero fato de alguém se apresentar como pessoa coerente, ou coerente para consigo mesma, já demonstra sua incoerência. Coerência supõe humildade…Está longe de agir como co-herdeiro aquele que caminha junto, mas cortejando os primeiros lugares.
Dentre as muitas que se supõe vividas por um cristão, três virtudes traduzem o caminhar sereno de quem optou por Jesus: adesão (ad-haerens) inserção (in-haerens) coerência ( co-haerens). Herda um caminho e o assume, mergulha fundo no projeto assumido, entende que o projeto é de todos e é também seu. Os católicos repetem a cada missa este chamado: por Cristo,em Cristo, com Cristo; por nele, nele e com ele; vosso reino que também é nosso. As orações da missa trazem implícitas a promessa de coerência. O Pai Nosso ,no “Assim como nós perdoamos”outra vez aponta para a coerência.
Coerência supõe santidade e maturidade, valores que não caem do céu nem acontecem no estalar de alguns dedos. São conquistas lentas. Coerente foi Pedro quando se arrependeu, incoerente foi Judas quando não aceitou o perdão de Jesus e se matou. Não quis seguir como perdoado. Coerente foi Francisco de Assis quando, aos 26 anos, tendo descoberto a pérola que buscava, aderiu, inseriu-se e prosseguiu no caminho da simplicidade e da pobreza solidária. Aos 42 anos sua coerência fora suficientemente testada. Morreu aclamado como santo, e era: não se desviara mais do caminho.
Mostramos nossa incoerência quando juramos e não cumprimos, prometemos e não assumimos, quando vamos embora de companheiros, familiares e igrejas ou grupos, se ir embora se nos afigura mais vantajoso; quando escolhemos a nós mesmos e o nosso projeto porque o outro ficou difícil; quando não levamos em consideração o sentimento dos outros; quando insistimos que tem que ser somente do nosso jeito; quando fugimos da dificuldade; quando erramos, mas damos um jeito de por a culpa nos outros; quando achamos sempre uma desculpa para nossos desvios e nos mostramos inclementes contra os erros dos outros; quando escondemos a enorme farpa no nosso olho e achamos horrível o cisco no olho alheio…
O leitor que me segue experimente ler o Novo Testamento sob esta ótica do “disse e fez, prometeu e cumpriu, jurou e não voltou atrás”. Verá por que razão Jesus desafiou os seus acusadores e mostrar qualquer incoerência nele. Coerência é pilar de santidade! Costuma doer, mas cria solidez!

Pe Zezinho

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

LEMBRA COMO ERA A PEDAGOGIA DE JESUS?



Consegue identificar essa cena do evangelho?

Jesus sempre partia da situação de vida do povo e ajudava as pessoas a encontrar Deus e o seu reino no concreto das suas vidas. Temos inúmeros exemplos nos evangelhos, como a samaritana, o cego de nascença, Zaqueu... Assim Jesus conseguia colocar Deus e a humanidade numa profunda relação.

Essa atitude de Jesus se torna a primeira exigência da catequese, até hoje. Partir da vida, ser fiel ao ser humano e ajudar a descobrir os valores do Reino, o rosto de Deus. Aí está a dupla fidelidade que a catequese é chamada a viver, a Deus e ao ser humano, como nos lembra o documento Catechesi Tradendae. “Em qualquer hipótese, importa que o método escolhido se atenha acima de tudo a uma lei fundamental para toda a vida da Igreja: a lei da fidelidade a Deus e da fidelidade ao homem, numa única atitude de amor”. CT 55

Partindo desse princípio, não somos chamados a olhar essas duas realidades  separadas ou distintas, mas sim como uma única atitude espiritual, que nos leva a falar de Deus sem esquecer o ser humano. A falar de Deus como Jesus, a partir da realidade humana.

É isso que o próprio Deus nos ensina pela encarnação do seu filho Jesus. Para se revelar entra na história como homem, permitindo que o ser humano acolha a revelação na sua própria realidade humana.

E nós, será que estamos sendo fiel a essa dupla fidelidade ou estamos separando a mensagem evangélica da nossa história?

Para continuarmos nessa fidelidade precisamos dar atenção a psicologia dentro da catequese. Por isso, nos próximos artigos estudaremos as fases da vida de cada ser humano, com as suas características e os seus próprios questionamentos, sejam eles existenciais ou de fé. Assim estaremos ajudando as crianças, jovens e adultos a descobrir a sua sede de Deus e trilhar o seu caminho humano - espiritual, na certeza de que Deus sempre faz história conosco e permite que façamos história com Ele.

Fico feliz de partilhar um pouco dos meus conhecimentos com vocês, ao mesmo tempo desejo que interajam comigo, fazendo as suas perguntas, dando sugestões, partilhando experiências. Assim estaremos aprendendo juntos a dinâmica da vida e da catequese.


                                                           Irmã Sandra




A Irmã Sandra da Conceição Santos é da Congregação Irmãs de Santa Maria de Namur – ISM e é coordenadora diocesana de catequese em Estância-SE. Ela é Graduada em Letras-Português; Pós-graduada em Psicologia da Infância e em Libras. Curso de Extensão em Teologia; Escola de Formadores; Curso de Acompanhamento Espiritual, Ela participa da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe em Estância-SE.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

A PEDAGOGIA DA INSISTÊNCIA

O episódio de Abraão a debater com Deus, ( Gn 18,20 -33; 19,1-26) da mulher cananéia a
discutir com Jesus, (Mt 15,22-28) mais o Pai Nosso, como está descrito em Lucas 11,1-13, levam-nos á pedagogia da oração insistente, quase teimosa…
Abraão tentou levar Deus na conversa, perguntando se ele, o bom Deus puniria duas cidades com 50, com 40, com 30, com 20, com 10 justos… Deus foi dizendo que perdoaria, se houvesse tantos justos nas duas cidades. Mas não havia. Destruiu-as… Há pedagogia nesta narração. A mulher cananéia pediu insistentemente pela filha. Conseguiu. Jesus a atendeu. No Pai-Nosso, descrito por Lucas Jesus deixa claro que a oração insistente produz resultado. Os humanos atendem para se ver livres da insistência de quem pede, mas Deus o faz porque ama e porque a pessoa que insiste no bem, amadurece.
Há pedagogia nestes textos. O ato de persistir revela fé e esperança. Deus pode, Deus quer, Deus ouve! Por isso não faz sentido alguém orar a Deus para que ele possa curar alguém!…Ouve-se muito isso no rádio e nos templos: Que Deus possa te abençoar! Alguém duvida disso? Dar, de um jeito ou de outro ele dá, mas muito depende de quem recebe ou pede. Cabe a quem ora persistir no seu pedido, porque Deus tem o poder, mas nós só temos o pedir. O pedir, porém, embora não seja poder, tem lá o seu poder. Há poder na concessão e há um certo poder na oração. O livro do Gênesis, e os evangelhos de Lucas e Mateus afirmam isto. Conceder e conseguir são dois verbos que caminham juntos.
Não é, pois, questão de orar, estalar os dedos e magicamente conseguir tudo que se pede. É questão de persistir e saber que Deus ouve e se importa, mas a hora e a graça serão decisões dele. Que Deus não fica indiferente, não fica! Mas faz bem ao crente insistir. É sinal de esperança!
Na pedagogia de todas as igrejas cristãs, o tema insistência ganha foro de teologia, à medida que se adentra o mistério da liberdade humana, da consciência que o fiel tem de si mesmo e de Deus na sua vida. A mulher Cananéia tinha um grande amor pela filha e uma grande confiança em Jesus. Dizia o que sentia e enfrentou Jesus como quem confiava nele. Não foi desrespeito, nem dela, nem de Jesus. A expressão “cachorrinhos” não foi para ofender. Era um provérbio daqueles dias. Significava que não se deveria desperdiçar favores. Ela provou que com ela não seria desperdício.
Há poder transformador na oração. A primeira das transformações acontece no coração de quem ora! É um ato de fé. Nasce do pedir, do poder e do esperar no todo-poderoso que é, também, misericordioso!

Pe Zezinho

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A VELA , A ESPIRITUALIDADE E O CATEQUISTA.

Excepcional para nós iniciar essa troca de ideias e experiências sobre espiritualidade. Desde
que nos entendemos por catequistas passamos a compreendê-la na prática pastoral como pressuposto inafastável à verdadeira transmissão da fé e à própria fé em si mesma. Uma singela compreensão do que vem a ser a espiritualidade, sua relação com a vida cristã e com a transmissão da fé nos permitirá compreender melhor o que aqui se afirma, é o que passamos a fazer.
Optamos por tentar esclarecer esses conceitos por meio de uma singela alegoria com um elemento muito usual, tanto nas práticas espirituais e litúrgicas de nossa fé, quanto em nossos encontros de catequese: A vela.

1.      A vela: a parafina, o calor e o fogo.
Quantas vezes já observamos com cuidado uma vela? De várias cores, tamanhos, formatos... As de nosso tempo em regra são muito simples, formadas basicamente por um pedaço maciço de parafina (em regra em formato cilíndrico) onde se encontra um pavio, esse geralmente de algodão.
Mas a vela não se realiza (enquanto vela) se não chega a ser acesa. Apenas exerce o papel para o qual foi criada no momento que, em contato com uma fonte de calor, tem acessa sua chama.
E o que é preciso para que uma vela seja acesa? Recordando um pouco as aulas primárias de ciências nos damos conta de que são necessárias 3 (três) coisas para que haja fogo: um combustível, um comburente e uma fonte de calor;
Em nosso exemplo, e no momento que acendemos uma vela, a parafina será o combustível; o oxigênio à volta da vela será o comburente e chama que utilizamos para acendê-la será a fonte de calor. A ausência de qualquer um desses elementos não permitirá que haja o fogo.
Mas onde entra a espiritualidade?

2.      A espiritualidade: Um eu, um Deus e um outro.
Após nossa pequena revisão de ciências podemos continuar, com facilidade, nossa alegoria. Assim é que somos todos como velas, algumas maiores outras menores, de vários materiais e de várias cores, mas somos todos velas.
2.1.   Um eu
Alguns somos velas apagadas, outros temos chamas pequenas (por estarmos com nosso pavio muito curto ou embebido em nossa própria parafina) e outros, por fim, temos chamas fortes e brilhantes. Essa chama... esse fogo... é, em nossa alegoria, o que entendemos por espiritualidade.
A espiritualidade é como uma chama que nos permite ver com outro olhar o mundo à nossa volta, ver detalhes, ver outras perspectivas, sair da escuridão. É ainda uma chama que nos protege, nos aquece e nos permite exercer o papel para o qual fomos criados.
2.2.   Um Deus
Mas na medida de que todos somos velas para que nos acendamos não basta a nossa parafina, precisamos de mais. Em nossa alegoria a nossa fonte de calor é o próprio Deus. Sem termos um verdadeiro encontro com Deus não é possível falar na verdadeira espiritualidade cristã, não será possível falar em fogo. A espiritualidade pressupõe o encontro pessoal, quem está distante da fonte de calor não pode ter sua chama acesa.
2.3.   Um outro
Mas ainda faltará outro elemento para que nossa alegoria reste completa, o que em nossa vela foi o oxigênio à sua volta, em nosso caso são os outros irmãos. É um erro pensar na espiritualidade como uma relação apenas entre um Eu e um Deus sem a presença de um outro. Esse risco é muito presente em nossos dias.
Quem nos alerta nesse sentido é o próprio Papa Francisco em sua mais recente exortação apostólica Evangelii Gaudium ao afirmar “Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem.”(Francisco, Exort. Ap. Evangelii Gaudium. 24/11/2013, 2).
Isso também acontece muito na prática de nossa alegoria. Quantas vezes não precisamos limpar a própria parafina que acabou por esconder o pavio e impedi-lo de receber ou transmitir qualquer calor?
Assim, também sem o outro, não há espiritualidade do mesmo modo que sem o oxigênio não haverá chama.

3.      O catequista: um possuir a vela acesa, um manter-se com a vela acesa e um acender a vela do outro
E como esta dinâmica se concretiza na vocação do catequista?
3.1.   Um possuir a vela acesa
A pessoa do catequista necessariamente deve possuir sua vela acesa, não é possível acender a vela alheia se a própria vela se encontra apagada. Se um catequista não cultiva sua espiritualidade pode ser tudo menos catequista. Assim é que no ser do catequista é pressuposta uma vela acesa.
3.2.   Um manter-se com a vela acesa
Mas o catequista, também por seu papel na missão evangelizadora da Igreja, se submete a uma maior exigência em sua relação com Deus. Novamente com o Para Francisco é possível dizer : “O coração do catequista vive sempre esse movimento de “sístole – diástole”: união com Jesus, encontro com o outro. Sístole – diástole”. (Francisco, Discurso aos catequistas. 27/09/2013).
Assim, o catequista precisa manter-se com a vela acesa e para isso é preciso estar cotidianamente em intimidade com Deus. No contrário corre-se o risco de ter enfraquecida sua chama.
3.3.   Um aceder a vela do outro

Como uma vela que se acende e um cristão que cultiva sua espiritualidade, um catequista só encontra sua razão de ser no acender a vela do outro, no transmitir a espiritualidade e a própria fé. Essa transmissão exigirá: uma vela acesa, um contato permanente com Deus e um consumir-se para transmitir o maior dom que possui. Essa é a essência da espiritualidade do catequista.


Matheus Souza Galdino é catequista e Assessor em Formação de Catequistas na Arquidiocese de São Salvador. É bacharel em Direito – Advogado e faz extensão na Escola Bíblico-Catequética Dom Jairo. Já a Crisley Souza Santos Silva Galdino é também catequista e assessora em Formação de Catequistas na Arquidiocese de São Salvador. Ela é licenciada em matemática e faz extensão na Escola Bíblico-Catequética Dom Jairo. Ambos são membros da coordenação da Escola Bíblico-Catequética do Regional Nordeste 3 e participam da Paróquia São João Evangelista (Mussurunga), na cidade de Salvador – Bahia.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Nós somos ‘N’, somos de Jesus o Nazareno

"N" ou ن em Árabe, é o símbolo usado pelo Estado Islâmico para identificar quem é um Nazareno – um cristão.

Nós somos ‘N’, somos de Jesus o Nazareno
Tem sido desenhado em portas e na frente de casas em cidades iraquianas capturadas, ajudando militantes do partido a rapidamente identificar onde a lealdade dos habitantes da casa realmente está. No Estado ou no "Nazareno".
De acordo com a Middle East Concern, uma associação de agências de direitos cristãos, com operações no Oriente Médio, os veículos passaram por Mosul com alto-falantes, anunciando que todos os cristãos tinham até meio-dia de sexta-feira para deixar a cidade "ou serão executados à espada".
No início dessa semana, todas as casas pertencentes a membros de comunidades minoritárias, incluindo os cristãos, foram pixadas com a frase "propriedade do Estado islâmico." Desde o edital de 18 de julho, a maioria dos cristãos já fugiu de Mosul para o Curdistão, país vizinho. A agência de notícias AFP noticiou "Pela primeira vez na história do Iraque, Mosul está agora vazia de cristãos".
Os cristãos tiveram de deixar tudo para trás (carros, ouro, dinheiro, telefones celulares). Só lhes foi permitido manter suas roupas. Eles foram forçados a fugir para lugares mais seguros, caminhando debaixo do sol escaldante. Segundo informação da World Watch Monitor em Erbil, capital da região do Curdistão, uma família cristã em Mosul informou por telefone que as explosões foram ouvidas na quinta-feira, julho 17. Na sexta-feira, quando a família tentou fugir, foi obrigada a sair para fora de seu carro, teve seus pertences confiscados e foi obrigada a prosseguir a sua viagem a pé.
A Portas Abertas tem apoiado e socorrido os cristãos refugiados. Rostos desesperados de homens idosos e mães que vieram para coletar sua comida é o cenário mais triste visto nos últimos dias.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Ecumenismo: cristãos em busca da unidade

O ecumenismo é um dos temas em que muitos cristãos, sejam eles católicos ou de outras denominações cristãs, lançam um olhar desconfiado. Esse olhar é fruto da incompreensão do que seja verdadeiramente ecumenismo. Ecumenismo é muitas vezes compreendido como proselitismo, perda de identidade, farsa ou pretexto para enganar. Tudo isso é consequência da ausência de boa catequese acerca do assunto. 
Um dos principais objetivos do Concílio Vaticano II foi à busca da unidade dos cristãos. A partir do Concílio, as relações fraternas com as Igrejas e Comunidades Eclesiais que não estão em plena comunhão com a Igreja Católica, tornaram-se cada vez mais intensas. Multiplicaram-se os diálogos teológicos e floresceram documentos exortando todo o povo cristão a aderir ao diálogo ecumênico.
Mas afinal, o que é o diálogo ecumênico? De um modo simples podemos afirmar que o diálogo ecumênico é um caminho que os cristãos estão fazendo em busca da unidade desejada por Jesus: “Que todos sejam um para que o mundo creia” (Jo 17,21). O diálogo ecumênico exige de cada cristão a capacidade de escutar e responder. Exige estar disposto a apresentar questões, e por sua vez, de ser questionado. Tudo feito num mútuo respeito. “Cada um dos interlocutores deve estar pronto a clarificar sempre mais e a modificar os pontos de vista pessoais e as formas de viver e agir, deixando-se guiar pelo amor autêntico da verdade” (Diretório Ecumênico nº 172).
Todos os fiéis católicos são chamados a orar e a trabalhar pela unidade dos cristãos, sob a direção de seus pastores, ou seja, os Bispos. Os Bispos “são responsáveis, individualmente perante a sua própria diocese e colegialmente perante toda Igreja sob a autoridade da Santa Sé, pela linha de ação e pela prática do ecumenismo” (Diretório Ecumênico nº11).
A atividade ecumênica na Igreja Católica, deve sempre ter em vista a observância e o respeito da unidade de fé e de disciplina que une os católicos. Em nossa época é perceptível uma crescente confusão doutrinal. É importante no campo do ecumenismo evitar todo tipo de abuso que possa gerar confusão ou indiferentismo doutrinal. A não observância das orientações da Igreja nesta matéria ocasiona um obstáculo ao desenvolvimento de uma verdadeira busca de unidade entre cristãos.
Os católicos promoverão a unidade, desejada por seu Divino Salvador, de forma equilibrada e coerente, segundo os princípios estabelecidos no Concílio Vaticano II, expostos no decreto sobre o ecumenismo Unitatis Redintegratio.
As divisões constituem um verdadeiro escândalo. Disso deveríamos nos envergonhar.  O Santo Padre Francisco na sua exortação apostólica Evangelli Gaudium, n° 244, afirma que “a credibilidade do anúncio cristão seria muito maior, se os cristãos superassem as suas divisões”. Nesse processo, nós catequistas, como porta-vozes do Cristo, exercemos uma missão importante junto aos nossos catequizandos, sejam crianças, adolescentes, jovens ou adultos: introduzi-los numa vida de verdadeira comunhão entre os irmãos da nossa confissão de fé com os outros irmãos no Senhor pertencentes as demais Igrejas e Comunidades Eclesiais cristãs.   

Portanto, todos nós cristãos somos convidados a viver o amor, de modo que esse amor seja capaz de ultrapassar aquilo que nos separa. Devemos nos empenhar nessa missão. A nossa atuação deve ser feita com fé, esperança, caridade, na oração e no trabalho contínuo. É desejo de Deus que essa comunhão se torne cada vez mais visível e perfeita.  Que possamos afirmar com Pedro: “Em atenção a sua Palavra lançaremos as redes” (Lc 5,5).


Carlos Henrique Santos, é colaborador da Catequese Arquidiocesana de Aracaju e membro da coordenação da Escola Bíblico-Catequética do Regional Nordeste 3 . É licenciado em Filosofia; Bacharel em Teologia e pós-graduando em Filosofia e Ética. Atualmente é Diacono na Arquidiocese de Aracaju.