"CHIQUE É CRER EM DEUS"
Investir em conhecimento pode nos tornar sábios... Mas, Amor e Fé nos tornam humanos!
Coisas que todos os catequistas novatos deveriam saber
Catequese é algo fundamental para a Igreja e não se pode improvisar. Por isso, aqui vão algumas coisas básicas que você não pode esquecer.
O catecismo responde.
Respostas sobre dúvidas sonbre o Sacramento do Batismo
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Especial sobre Quaresma
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sábado, 29 de dezembro de 2012
Festa da Sagrada Família
Lucas
2, 41-52
Na Igreja Católica, hoje é celebrada a festa da
Sagrada Família. Portanto, o trecho de Lucas põe em relevo os três membros da
família de Nazaré; mas, tem como o seu tema principal, um ensinamento sobre
quem é Jesus, a sua relação ao Pai e à sua família humana.
A história começa enfatizando a identidade da família
humana de Jesus como judeus piedosos. Os regulamentos sobre as peregrinações ao
Templo de Jerusalém, para a festa de páscoa, se encontram em Êx 23, 17; 34.23;
Lv 23, 4-14. Como consequência, entendemos que o ambiente em que Jesus cresceu
e em que descobriu a sua vocação e missão é aquele dos “pobres de Javé”, os
devotos que esperavam a libertação de Israel, através da vinda do Messias
davídico prometido. Essa viagem prefigura a grande viagem de Jesus a Jerusalém
em Lc 9, 51 - 19, 27, que Ele fará com os seus discípulos, e onde Ele revelará
por palavras e ações o seu relacionamento com o Pai, prefigurado aqui no
versículo 49.
O texto salienta certas atitudes de Jesus. É bom
prestar bem atenção aos verbos. Lucas diz que Jesus estava no templo entre os
doutores: “escutando e fazendo perguntas.” (v. 46)
A atitude de Jesus é a de um aluno muito inteligente,
e não de um mestre. Ele não está “ensinando no Templo”, como muitas vezes
dizemos em nossas tradições. Aqui, Lucas antecipa para os doze anos o que
realmente ocorrerá mais tarde, quando Jesus realmente ensina no Templo, e sofre
a rejeição e a perseguição por parte dos doutores da Lei e Sumos Sacerdotes.
O ponto central do texto se acha em versículo 49: “Por
que me procuravam? Não sabiam que eu devo estar na casa do meu Pai?”
Aqui Lucas relata as primeiras palavras de Jesus no
Evangelho. Agora não é Gabriel, nem Zacarias, nem Maria quem diz quem é Jesus,
mas Ele mesmo. A palavra que nos traduzimos como “devo”, em grego “dei”,
transmite o tema de “necessidade”, que aparece no Evangelho 18 vezes e nos Atos
dos Apóstolos 22 vezes, e “expressa um senso de compulsão divina,
frequentemente visto como obediência a uma ordem da Escritura ou profecia, ou
na conformidade de eventos com a vontade de Deus. Aqui a necessidade consiste
no relacionamento inerente de Jesus a Deus que exige obediência.” (Marshall -
“The Gospel of Luke”)
Em versículo 50, fica patente que os seus pais não
entenderam que o seu relacionamento com o Pai celeste tomava precedência sobre
a sua relação com eles: “Eles não compreenderam o que o menino acabava de lhes
dizer.”
A “espada”, a dor de sentir este distanciamento, sem
poder compreendê-lo de que falou Simeão em 2, 35, já começa a aparecer. Maria
não compreende plenamente, retomando o tema de v. 19, e tem que continuar a sua
caminhada de fé, meditando sobre o sentido e identidade do seu filho. Fato
encorajador para nós. Quantas vezes acontecem coisas nas nossas vidas que não
compreendemos, nem conseguimos ver a vontade de Deus. A exemplo de Maria e
José, aceitemos esta escuridão, continuemos a caminhada, mas nunca deixemos,
numa atitude de oração de contemplação, “conservar no nosso coração todas essas
coisas”!
- - -
Pe. Tomaz Hughes, SVD
E-mail: thughes@netpar.com.br
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Missa do Dia: Jo, 1, 1-18
“O
Verbo se fez carne e armou sua tenda no meio de nós”
Embora sejamos
muito mais familiarizados com as leituras de Lucas, referente ao nascimento do
Salvador em Belém, na realidade o Evangelho da Missa do Dia, tirado do prólogo
de João, nos traz o sentido profundo dos eventos do primeiro Natal.
O texto gira ao
redor do “Verbo” ou “Palavra” – “Logos” em grego. Enquanto Marcos
somente começa o seu relato do Evangelho de Jesus com o seu batismo e Lucas e
Mateus remontam até a sua concepção, o Quarto Evangelho liga Jesus à sua
preexistência, desde o começo:
“No princípio já
existia a Palavra, e a Palavra estava com Deus. E a Palavra era Deus. A Palavra
se fez homem e armou sua tenda entre nós.” (1, 1.14)
Mesmo que se expresse
sobre Jesus em termos não tão familiares para nós (Verbo, ou Palavra), João se
coloca bem na tradição do Antigo Testamento. Embora use a palavra grega “Logos”, para expressar a identidade de
Jesus como o Verbo, na sua mente não está uma discussão abstrata sobre o Logos
dos filósofos gregos, mas muito mais o sentido teológico do termo hebraico “Dabar”, que indica a Palavra criadora,
congregadora e libertadora de Deus, expressão do Deus de amor de libertação.
O projeto de Deus
acontece quando essa palavra se fez homem, armou a sua tenda (ou acampou) entre
nós. O verbo grego usado “eskênôsen”
deriva-se do termo “skêne, que
significa uma tenda de campanha. Na visão do Quarto Evangelho, A Palavra, o
Verbo Divino, “armou sua tenda” no meio da humanidade, não “ergueu o seu Templo”!
Templo é fixo, tenda é móvel, ou seja, aonde o povo anda, lá estará a Palavra
Viva de Deus, encarnada na pessoa e projeto de Jesus de Nazaré. N’Ele e por Ele
a Palavra Criadora age, operando a salvação aqui na terra. Podemos afirmar que
o mistério da Palavra tem agora como centro a Pessoa de Jesus Cristo,
inseparável da sua missão e projeto.
Mas, essa
encarnação tornou-se o divisor das águas para a humanidade. Pois. “Veio aos
seus e os seus não a acolheram”. Assim, o texto desafia qualquer acomodação que
porventura possa existir entre os cristãos, pois “acolher” a Palavra encarnada
não é em primeiro lugar uma crença intelectual; mas, o assumir de um projeto de
vida, o seguimento de Jesus de Nazaré. É uma adesão radical à pessoa e missão
de Jesus, continuada em nós hoje. Como diz o Evangelho de Mateus, “nem todo
aquele que me disser “Senhor, Senhor!” entrará no reino de Deus, mas aquele que
cumprir a vontade de meu Pai do céu” (Mt 7, 21).
O nosso texto nos
anima para que não esfriemos no seguimento de Jesus, e nos diz: “Aos que a
receberam, os tornou capazes de ser filhos de Deus; os que creram n’Ele, os que
não nasceram do sangue, nem do desejo da carne, nem do desejo do homem, mas de
Deus” (Jo 1, 12s).
Que a celebração da
grande festa de hoje nos confirme na nossa fé, nesse Deus que se encarnou entre
nós, “tomando a condição de escravo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fl 2,
7) e como resultado dessa renovação espiritual nos encoraje para continuarmos
na luta para criar o mundo que Deus quer - de justiça, solidariedade e
fraternidade, no caminho do Reino, onde “todos tenham a vida e a tenham em
abundância” (Jo 10, 10). Como nos diz Hebreus: “Corramos com perseverança na
corrida, mantendo os olhos fixos em Jesus, autor e consumidor da fé... Para que
vocês não se cansem e não percam o ânimo, pensem atentamente em Jesus”(Hb 12,
1-3)
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Missa da Aurora
Lc 2, 15-20
Apesar de a
mensagem de Lucas ser hoje quase abafada pela euforia do consumismo e
materialismo, que transforma
a grande festa cristã do Natal do Senhor numa verdadeira orgia pagã de
esbanjamento e exclusão, a história do nascimento do Senhor, contada nas
palavras singelas de Lucas, perdura ainda com a sua mensagem profunda de paz,
união, solidariedade e amor, que o néo-paganismo pós-moderno da nossa sociedade
é incapaz de ofuscar.
As Missas da
vigília e da aurora usam dois textos contínuos de Lucas, que realmente formam
um mosaico teológico de grande beleza, através da sua habilidade literária.
Lucas pega as tradições que põem a origem de Maria e José em Nazaré e juntou-as
às que colocam o nascimento de Jesus em Belém, e as insere na história humana e
universal, através das suas referências a grandes figuras históricas da época:
César Augusto, Herodes o Grande e o governador da Síria, Quirino. Nesse
contexto, ele tece uma rede que contém oito dos seus temas preferidos -
alimento, graça, alegria, pequenez, paz, salvação, “hoje”, e, universalismo,
para trazer à humanidade de todos os tempos “uma boa notícia, uma alegria para
todo o povo” (2, 10).
Embora haja uma
confusão sobre as referências cronológicas em Lucas, pois Quirino não foi
governador no tempo de Herodes e não se tem informações extra-bíblicas sobre um
recenseamento feito por Augusto, a finalidade de Lucas é situar o nascimento do
Salvador bem dentro da história humana, e especialmente a história humana dos
pobres e excluídos. Jesus nasce filho de viajantes, forçados a sair da sua casa
pela força opressora do império, pois, a finalidade de um recenseamento era
alistar todos para a cobrança de impostos. Assim, o Messias nasce em condições
subumanas e indignas, como nascem e se criam milhões de crianças todos os anos
na nossa sociedade atual. Como não teve lugar para eles na “hospedaria” (um
tipo de albergue para viajantes, onde os animais ficavam no pátio, no primeiro
andar tinha cozinha comunitária e no segundo andar dormitórios, algo ainda
comum em certas regiões do Oriente hoje), Maria dá à luz numa gruta ou
estrebaria e deita Jesus numa manjedoura.
Logo, Lucas
introduz mais personagens tirados dos excluídos da religião e sociedade de
então, os pastores. No tempo de Jesus eram considerados como delinquentes,
dispostos sempre ao roubo e à pilhagem; por isso, não mereciam confiança alguma
e nem podiam testemunhar em juízo. É importante notar que em Lucas são pessoas
pertencentes a duas categorias proibidas de dar testemunho em juízo (pastores e
mulheres) que Deus escolhe para testemunhar os dois eventos mais importantes da
história: o nascimento e a ressurreição do Salvador. O Natal se torna festa de
inclusão dos que a religião oficial e a sociedade dominante excluía, enquanto a
maioria da classe abastada da nossa sociedade atual celebra o Natal exatamente
nos templos de consumo de hoje, os Shoppings, onde pessoas pobres são excluídas
do banquete de poucos. Que contradição!
É importante também
por em relevo a mensagem dos anjos: “Glória a Deus no alto, e na terra paz aos
homens que ele ama” (v. 14). Aqui Lucas cria um binômio: dois elementos
conjugados, ou seja, uma maneira de dar glória a Deus no alto é a criação da
paz entre as pessoas aqui na terra. Atrás do termo “paz” há um cabedal de
reflexão teológica, vindo do Antigo Testamento. O nosso termo “paz” capta
somente uma parte do que significava a palavra hebraica “Shalom”, que não se
limita a uma mera ausência de violência física, mas inclui a realização de tudo
que Deus deseja para os seus filhos e filhas. Portanto, o texto natalino nos
convida e desafia para que demos glória a Deus através do nosso esforço em
criar um mundo de Shalom, onde todos possam “ter a vida e a vida em
abundância!” (Jo 10, 10)
É importante também
refletir como Lucas nos apresenta a pessoa da Maria neste texto. Enquanto todos
os que ouviam os pastores “assombravam-se” (v. 18), “Maria, porém, conservava
isso e meditava tudo em seu íntimo” (v. 19). Dois textos do Antigo Testamento
usam o mesmo verbo grego (synetèrein):
Gn 37, 11 e Dn 4, 28, para descrer a perplexidade íntima de uma pessoa que
procura entender o significado profundo de um fato. Assim, Lucas enfatiza que
Maria não captou de imediato todo o sentido do que ouviu, mas meditava as
palavras, contemplando-as, para descobrir o seu significado. Maria cresceu na
fé, acolhendo e discernindo o sentido profundo dos acontecimentos; se tornou
peregrina na fé, modelo para todos nós, nos convidando a nos mergulharmos nos
relatos evangélicos, contemplando os mistérios da vida de Jesus e o que eles
podem significar para nós hoje.
A festa de Natal é
uma oportunidade ímpar para nos aprofundarmos no sentido do amor de Deus por
nós, expressado na Encarnação. Mas, se fizermos d’Ele somente uma festa de
consumismo e materialismo, jamais colheremos os seus frutos. Sem deixar do lado
o seu lado lúdico, familiar e festivo, cuidemos para não sermos seduzidos pelos
ídolos do ter e do prazer, tão bem promovidos pelo marketing dos Shoppings.
Mas, retornemos à singeleza da gruta de Belém e redescubramos o motivo de uma
verdadeira “alegria para todo o povo”: nasceu para nós o Salvador!
sábado, 22 de dezembro de 2012
Missa da Noite do Natal
Lc
2, 1-14
Essa passagem é
típica do estilo de Lucas e contém muito material peculiar a ele. Ele toma as
tradições de que Maria e José eram de Nazaré e que Jesus nasceu em Belém,
liga-as com as figuras de Augusto, Herodes o Grande e o Governador Quirino, e
através dessas figuras tece um texto que une oito dos seus temas favoritos:
“comida”, “graça”, “alegria”, “pequenez”, “paz”, “salvação”, “hoje”, e
“universalismo”. Lucas é um verdadeiro artista das palavras evangélicas!
Esse trecho pode
ser subdivido assim:
1) O contexto
histórico e o nascimento de Jesus: 2, 1-7
2) Pronunciamentos
angélicos explicando o sentido de Jesus: 2, 8-14
3) Respostas aos
pronunciamentos dos anjos: 2, 15-20
A chave para a
compreensão do texto se acha nos versículos 11-14. Aqui Lucas apresenta Jesus
como o Messias davídico que trará o dom escatológico de paz, o Shalom de Deus.
Assim, ele faz contraste com a figura de César Augusto. Na impotência da sua
infância, Jesus é o Salvador que traz a verdadeira paz, em contraste com o
poderoso Augusto, que era celebrado no culto oficial imperial como o fundador
de um reino de paz, a “Pax Romana”. O “Shalom” é, na verdade, o contrário da
“Pax Romana” como hoje seria o oposto da pretensa “paz” imposta pelos canhões e
bombardeiros da força militar prepotente - a “Pax Americana”! Essa revelação da
parte dos anjos é recebida e aceita pelos humildes pastores e meditada por
Maria, modelo de fé, e os discípulos, que terão que meditar e aprofundar o
sentido de Jesus para eles, sem cessar!
Desde a Idade
Média, o presépio tem mantido o seu lugar como um dos símbolos mais caros aos
cristãos. Porém, é bom não deixar que a cena do nascimento de Jesus se torne
uma cena somente sentimental, com lembranças saudosas da nossa infância! O
relato quer sublinhar a opção de Deus que se encarnou como pobre, sem as mínimas
condições para um parto digno. Em nossos presépios, até o boi e o asno tomaram
banho! A realidade de nascer numa gruta ou estrebaria era diferente! Jesus
nasce em condições semelhantes a milhões de pobres e excluídos pelo mundo
afora, nos dias de hoje! É mais uma manifestação da fraqueza de Deus, que é
mais forte do que os homens! (1Cor 1, 25).
Diferente de Mateus
- que tem outros interesses teológicos - os protagonistas dessa cena são os
pastores. Na época, eles eram considerados pessoas desqualificadas, marginais,
sujas, ritualmente impuras. Mas, é para essa gente que os anjos revelam o
sentido do acontecido e são eles os primeiros a encontrar Jesus recém-nascido.
Assim, em Lucas, são pessoas à margem da sociedade que testemunham o nascimento
de Jesus e igualmente são pessoas desqualificadas que são as testemunhas da
Ressurreição - as mulheres! Lucas não perde uma oportunidade para destacar a
opção preferencial de Deus pelos pobres e humilhados!
O trecho continua
com mais três ênfases tipicamente lucanas: “não ter medo”, “sentir e expressar
alegria” e o termo “hoje”. Os ouvintes poderão ter coragem e alegria, porque a
salvação de Deus irrompe no mundo “hoje”, não numa data futura distante. Essa
ideia volta diversas vezes: na sinagoga, depois de fazer a leitura de Isaías,
Jesus dirá que “hoje cumpriu-se essa passagem” (4, 21); a Zaqueu, Jesus afirma
que “hoje a salvação entrou nessa casa” (18, 9); ao condenado na cruz, Jesus
garante que “hoje estará comigo no paraíso” (23, 43). O Reino da Salvação está
sendo inaugurado, e por Jesus, na fraqueza da exclusão social, e não por César,
com toda a pompa da corte e das armas! Numa manjedoura e não num palácio
imperial! Por parte de quem carece de força e prestígio, e não pelos poderosos
e fortes do mundo!
Os pastores não
somente testemunham a presença do recém-nascido em Belém, mas anunciam o que
disseram os anjos (v. 17). Essa Boa-Notícia complementa o que foi já anunciado
à Maria em 1, 31-33, por Maria em 1, 46-45, e por Zacarias em 1, 68-79. É muito
significativo o termo que Lucas emprega para descrever a reação de Maria:
“Maria, porém, conservava todos esses fatos, e meditava sobre eles em seu
coração” (v. 19). Aqui Lucas retrata, através de Maria, a atitude do/a
discípulo/a diante dos mistérios de Deus, revelados em Jesus. Maria não
capta o significado pleno dos eventos e os rumina no seu íntimo. A ideia volta
de novo em Lc 2, 51: “Sua mãe conservava no coração todas essas coisas”. É uma
maneira de apontar para a caminhada de fé que Maria trilhou e que todos nós, que
não captamos o sentido pleno da ação de Deus em nossas vidas; teremos que
andar.
O texto encerra
afirmando que os pobres e marginalizados, personificados nos pastores,
“voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que haviam visto e ouvido”
(v. 20). Qualquer celebração de Natal que não dê para os oprimidos motivo para
alegria, coragem e louvor a Deus, pode ser tudo, menos uma celebração cristã!
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
QUARTO DOMINGO DO ADVENTO
Lucas
1,39-45
“Bendito
o fruto do seu ventre!”
Para entender bem a
finalidade de Lucas em relatar os eventos ligados à concepção e nascimento de
Jesus, é essencial conhecer algo da sua visão teológica. Para ele, o importante
é acentuar o grande contraste, e também a continuidade entre a Antiga e a Nova
Aliança. A primeira está retratada nos eventos que giram ao redor do nascimento
de João Batista, e tem os seus representantes em Isabel, Zacarias e João; a
segunda está nos relatos do nascimento de Jesus, com as figuras de Maria, José
e Jesus. Para Lucas, a Antiga Aliança está esgotada; os seus símbolos são
Isabel, estéril e idosa; Zacarias, sacerdote que não acredita no anúncio do
anjo; e o neném que será um profeta, figura típica do Antigo Testamento. Em
contraste, a Nova Aliança tem como símbolos a virgem jovem de Nazaré que
acredita e cujo filho será o próprio Filho de Deus. Mais adiante, Lucas
enfatiza este contraste nas figuras de Ana e Simeão, no Templo (Lc 2, 25-38),
quando Simeão reza: “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar o teu
servo partir em paz porque meus olhos viram a tua salvação.” (2, 29)
Assim, não devemos
reduzir o texto de hoje a um relato que pretende mostrar a caridade de Maria em
cuidar da sua parente idosa e grávida. Se a finalidade de Lucas fosse mostrar
Maria como modelo de caridade, não teria colocado versículo 56, que mostra ela
deixando Isabel na hora de maior necessidade: “Maria ficou três meses com
Isabel; e depois voltou para casa.”
Também não é
verossímil que uma moça judia de mais ou menos quatorze anos enfrentasse uma
viagem tão perigosa como a de Galiléia à Judéia! A intenção de Lucas é
literária e teológica. Ele coloca juntas as duas gestantes, para que ambas
possam louvar a Deus pela Sua ação nas suas vidas, e para que fique claro que o
filho de Isabel é o precursor do filho de Maria. Por isso, Lucas tira Maria de
cena antes do nascimento de João, para que cada relato tenha somente as suas
personagens principais: de um lado, Isabel, Zacarias e João; do outro lado,
Maria, José e Jesus.
O fato que a
criança “se agitou” no ventre de Isabel faz recordar algo semelhante na história
de Rebeca, quando Esaú e Jacó “pulavam” no seu ventre, na tradução da
Septuaginta de Gn 25, 22. O contexto, especialmente versículo 43, salienta que
João reconhece que Jesus é o seu Senhor. Com a iluminação do Espírito Santo,
Isabel pode interpretar a “agitação” de João no seu ventre - é porque Maria
está carregando o Senhor. As palavras referentes a Maria: “Você é bendita entre
as mulheres, e bendito é o fruto do seu ventre” (v. 42) fazem lembrar mais duas
mulheres que ajudaram na libertação do seu povo, no Antigo Testamento: Jael (Jz
5, 24) e Judite (Jd 13, 18). Aqui Isabel louva a Maria que traz no seu ventre o
libertador definitivo do seu povo.
Finalmente, vale
destacar o motivo pelo qual Isabel chama Maria de “bem-aventurada” (v. 45):
“Bem-aventurada aquela que acreditou.” Maria é bendita em primeira lugar, não
pela sua maternidade somente, mas pela fé, em contraste com Zacarias, que não
acreditou. Assim, Lucas apresenta Maria principalmente como modelo de fé.
Notemos que neste capítulo primeiro nós encontramos - na Bíblia - frases que
podem fundamentar uma compreensão correta da visão bíblica da pessoa e função
de Maria, que pode unir em lugar de dividir cristãos das diversas confissões:
“Ave Maria” (1, 28); “Cheia de graça” (1, 28); “O Senhor é convosco” (1, 28);
“Bendita sois vós entre as mulheres” (1, 42); “Bendito o fruto do vosso ventre”
(1, 42). Lucas nos apresenta a mãe do Senhor como modelo de fé para todos nós!
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
E a Ternura se fez criança e viveu entre nós
Para rezar e meditar
em grupos, com os catequistas, com as pastorais...
(providenciar um pequeno presépio e colocá-lo no centro da sala)
1. Saborear a Ternura de Deus
Com.: Mais um ano se passou e outro já se anuncia. Viajamos por desertos
de dores, solidão, angústias, medos, mas também por oásis de alegrias,
realizações, amizades, amores, na labuta diária da vida. Trazemos as marcas
dessa “viagem”, poeiras e cansaços...
D: Mas, um Menino nos foi dado! Surge a esperança de que tudo pode
ser modificado, de que o Novo pode irromper.
Todos: E a Ternura se fez
criança e viveu entre nós!
D: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz...” (acendem-se as velas)
Todos: “Glória a Deus nas
alturas, e paz na terra entre homens e mulheres a quem Ele quer bem”.
2. Saborear a Suavidade do
Senhor
L1: “Havia naquela região pastores que passavam a noite nos campos,
tomando conta do rebanho. Um anjo do Senhor lhes apareceu, e a glória do Senhor
os envolveu de luz. Os pastores ficaram com muito medo. O anjo então lhes
disse: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a
de todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o
Cristo Senhor! E isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido,
envolto em faixas e deitado numa manjedoura”.
Todos: “Glória a Deus nas
alturas, e paz na terra entre homens e mulheres a quem Ele quer bem”.
Com.: No presépio, a “criança” tem um brilho especial. Ao redor do
Menino-Jesus se cria uma ordem mágica, um centro luminoso que irradia sobre
todas as coisas constituindo um todo coerente e significativo. A vida com suas
contradições é iluminada pela luz que se irradia do Presépio.
(convidar a lembrar a vida,
projetos, sonhos, angústias, medos, contradições... o que precisa ser iluminado
pelo Menino...)
3. Saborear a fragilidade e a
pequenez como plenitude
Com.: No Natal, por causa da Divina Criança, nos é permitido esquecer
as amarras e os erros cometidos para sentirmo-nos livres para começar de novo.
Os sonhos escondidos e nunca realizados podem vir à tona e ser de novo
alimentados. Podemos aliviar um pouco o peso do próprio passado e formular um
bom propósito.
D: Querido Deus, Luz de nossas vidas. Acreditamos que é possível
começar de novo e, mais que isso, queremos nascer de novo. Inspirados pelo Teu
Filho, nosso Menino Jesus, podemos arriscar o primeiro passo ou inaugurar um
outro olhar sobre o caminho já andado e nele descobrir novo significado...
Queremos costurar nossos sonhos no sonho do Teu Menino: um mundo novo, cheio de
amor e paz.
(Estendendo a mão direita
colocam-se no presépio os sonhos, esperanças, desejos... )
Todas: Deus de ternura e
bondade, que assumindo nossa carne no seio de Maria, compreendeste a fraqueza
humana... Recebe nossos sonhos e desejos e ilumina nossos passos para trilhar
os caminhos do Amor, da Paz e da verdadeira Fraternidade. Amém!
Benção:
D: O Deus, Fonte da Vida Nova, nos renove na alegria da Sua luz,
agora e para sempre!
Todos: Amém!
sábado, 15 de dezembro de 2012
Caríssimos coordenadores diocesanos, paz e bem!
Mais um ano se passou e outro já se anuncia. Viajamos por desertos de dores, solidão, angústias, medos, mas também por oásis de alegrias, realizações, amizades, amores, na labuta diária da vida. Trazemos as marcas dessa “viagem”, poeiras e cansaços...
Mas, um Menino nos foi dado! Surge
a esperança de que tudo pode ser modificado, de que o Novo pode irromper.
Celebrar o Natal é celebrar a certeza que não estamos
sozinhos, que Deus está conosco, veio morar entre nós! Nesta certeza desejamos
a todos um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de realizações!
Seguem em anexo alguns
encaminhamentos para 2013:
·
Cronograma de encerramento da Escola Bíblico-catequética Dom Jairo
– (Em janeiro de 20 a 26 teremos o ultimo módulo dessa 3ª turma);
· Folder da Escola Bíblico-catequética Dom Jairo (a 4ª turma inicia
em julho – cada coordenador diocesano tem o compromisso de escolher os novos
participantes);
·
Calendário de atividades (é bom olhar com atenção e reservar a
data de 17 a 19 de maio – Encontro regional das coordenações diocesana);
·
Segue também uma simples celebração de Natal (um momento orante
para os catequistas);
·
E por ultimo um resumo sobre os catequistas e o Ano da Fé.
Atividades diocesanas já previstas até agora para 2013:
Aracaju – 14/04 V Missão Bíblico-catequética e de 20 a 22/09 II Congresso
Bíblico Catequético.
Juazeiro – 07 a 12/01 Inicio da II turma da Escola
Bíblico-catequética. Salvador – 04 a 10/03 Semana Bíblico Catequética.
Cordialmente,
Ir. Luciene Macedo
Salvador-BA, 12/12/12
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
TERCEIRO DOMINGO DO ADVENTO
Lucas
3, 10-18
“Ele
é quem batizará vocês com o Espírito Santo e com fogo”
Essa passagem trata
da pregação de João Batista, que: “Percorria toda a região do rio Jordão,
pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados.” (v. 3)
O início do texto
de hoje, versículos 10-14, que constam somente em Lucas, mostra bem a sua
teologia e contexto - não são os líderes religiosos que não querem
arrepender-se, - mas o povo comum, e até pessoas que estavam à margem da
sociedade, como cobradores de impostos e soldados. Mais adiante no Evangelho,
são estas as pessoas que vão responder positivamente diante da pregação do
próprio Jesus. Escrevendo para as comunidades pelo ano 80-85 d.C., Lucas quer
lembrar aos cristãos que eles também devem estar abertos para achar sinceridade
e bondade fora das vias “aceitáveis” como fizeram João e Jesus!
A frase lapidar do
trecho é a pergunta que os diversos grupos formulam para João: “O que devemos
fazer?” Essa pergunta aparece mais vezes no Terceiro Evangelho, em Lc 10, 25
(na boca de um doutor da Lei) e Lc 18, 18 (uma pessoa importante), e também nos
Atos dos Apóstolos: At 2, 37 (os judeus depois da pregação do Pedro), At 16, 30
(o carcereiro gentio de Filipos), At 22, 10 (Saulo, o perseguidor). Usando esse
artifício, Lucas quer salientar que é uma pergunta que tem que ser feita
constantemente durante a nossa caminhada. Não há cristão que possa se dispensar
de fazê-la sempre, por achar que já sabe a resposta.
É interessante que
João, embora uma pessoa de cunho fortemente ascético, não exige sacrifícios, ou
práticas religiosas como jejum e abstinência. Ela enfatiza uma exigência muito
mais radical, que atinge o cerne do nosso ser - uma preocupação com os mais
pobres, manifestada na busca de justiça e solidariedade. As Campanhas da
Fraternidade seguem essa linha de João, pois muitas vezes é mais fácil
abster-se de uma carne ou de uma bebida do que engajar-se na luta por um mundo
melhor.
Esse trecho traz à
tona mais uma vez um dos temas principais do Evangelho de Lucas: o uso correto
dos bens materiais. No fundo, João aqui prega antecipadamente o que mais tarde
Jesus vai ensinar: a partilha dos bens com as pessoas que sofrem necessidades,
a justiça nos relacionamentos econômicos e políticos, a conversão que se
manifesta numa mudança radical da vida.
A segunda parte da
passagem insiste que João é inferior a Jesus. João batiza com água como agente
de purificação, mas Jesus usará a força purificadora maior do Espírito Santo e
do fogo. Lucas vai mostrar em Atos 2 - na história de Pentecostes - como o fogo
do Espírito Santo cumpre a sua missão nas pessoas.
E o texto termina
com a declaração que “João anunciava a Boa Notícia ao povo de muitos outros
modos” (v. 18). O que João prega é tão semelhante ao que Jesus pregará que
também merece ser taxado de “Boa Notícia”. A boa notícia da chegada da
misericórdia e da salvação de Deus de uma forma gratuita, mas que exige
resposta de cada pessoa. É a crise existencial do mundo todo - aceitar ou
rejeitar a salvação oferecida gratuitamente em Jesus. E para Lucas, essa
decisão tem que ser renovada sempre, através da pergunta “o que devemos
fazer?”, enquanto continuamos andando “pelo caminho”!
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
SEGUNDO DOMINGO DO ADVENTO
Lucas
3, 1-6
“Esta
é a voz de quem grita no deserto: preparem o caminho do Senhor”
Atrás das
informações históricas deste texto, referentes às autoridades seculares e
religiosas que teriam influência nos primórdios do cristianismo, jaz a
realidade trágica da resposta negativa deles à Palavra de Deus e aos seus
mensageiros, João o Batista, e Jesus, o Cristo! Na pessoa do Pôncio Pilatos, a
autoridade romana vai agir na decisão de assassinar o Messias; entre os
governantes da Palestina, Herodes Antipas aparece diversas vezes no Evangelho,
sempre com juízo negativo, e será o responsável pela morte de João, além de
estar presente no sofrimento de Jesus na Semana Santa; Anás (Sumo Sacerdote de
6 - 15 d.C) e o seu genro Caifás (Sumo Sacerdote de 18-37 d.C) só funcionam
porque os romanos permitiam e realmente foi a eles que serviam. Os sumos
sacerdotes sempre serão hostis a Jesus e à sua pregação e no fundo eram eles os
responsáveis pela Sua morte.
No meio deste
elenco de poderosos corruptos e perseguidores, Deus manda João, o Batista, como
arauto do novo tempo de graça e salvação. Deus não permite que a perversidade e
a maldade tenham a palavra final na história da humanidade. Essa será mais
tarde a mensagem básica do Apocalipse; o mal já é um derrotado, e embora possa
parecer diferente, é Deus, e não a maldade, que controla a caminhada da
história. Mensagem de conforto às comunidades sofridas do fim do primeiro
século. Mas, esta vitória não se concretiza sem que haja luta, sacrifício, e
cruz!
Lucas põe na boca
de João um trecho de Isaías: “Esta é a voz daquele que grita no deserto:
preparem o caminho do Senhor, endireitem as suas estradas. Todo vale será
aterrado, toda montanha e colina serão aplainadas; as estradas curvas ficarão
retas, e os caminhos esburacados serão nivelados. E todo homem verá a salvação
de Deus.” (v. 4-6)
Sem dúvida, podemos
entender esse trecho num sentido metafórico, como descrição de uma mudança
radical no estilo de vida de quem quer aceitar o convite à penitência e ao
arrependimento. Os vales a serem aterrados, as montanhas e colinas a serem
aplainadas, os caminhos esburacados a serem nivelados, simbolizam os empecilhos
em nossas vidas a um seguimento mais radical e coerente de Jesus. Quem aceita a
sua mensagem terá que mudar radicalmente - isso é, na raiz - a sua vida.
O último versículo:
“E todo homem verá a salvação de Deus” (v. 6) faz eco ao tema lucano da
universalidade da salvação, usando essa frase que não se encontra no texto
paralelo de Mc 1, 3. Ninguém é excluído da mensagem e oferta da salvação. Mas a
resposta depende de cada um de nós!
O Advento, embora
não seja tempo de penitência no sentido que é a Quaresma, se torna tempo oportuno
para uma revisão de vida, para descobrir quais são as curvas, montanhas, e
pedras que teremos que tirar para que o Senhor realmente possa habitar nos
nossos corações.
domingo, 2 de dezembro de 2012
PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO
Lucas 21, 25-28.34-36
“A libertação de vocês está próxima”
Neste primeiro domingo do Ano
Litúrgico, Lucas nos mergulha em um dos discursos escatalógicos do seu
Evangelho. Sendo assim, usa imagens e símbolos que não são da nossa cultura e
época, e por isso nem sempre são fáceis a serem compreendidos pelos ouvintes de
hoje. Porém, na literatura apocalíptica não é necessário interpretar cada
imagem detalhadamente - o mais importante não é cada pedra do mosaico, mas o padrão
inteiro - não cada imagem e símbolo, mas, a sua mensagem de conjunto.
O texto nos apresenta a figura do
“Filho do Homem” - o título que nos Evangelhos Jesus mais usava para Si mesmo,
e que nós pouco usamos. Este título vem de um trecho do livro apocalíptico de
Daniel: “Em imagens noturnas, tive esta visão: entre as nuvens do céu vinha
alguém como um filho de homem... Foi-lhe dado poder, glória e reino, e todos os
povos, nações e línguas o serviram. O seu poder é um poder eterno, que nunca
lhe será tirado. E o seu reino é tal que jamais será destruído.” (Dn 7, 13s)
Então, Jesus recorda aos seus
discípulos a mensagem de ânimo que trazia o Livro de Daniel aos perseguidos do
tempo dos Macabeus, pelo ano 175
a .C. - que embora possa parecer que os poderes deste
mundo, os impérios opressores, sejam mais fortes do que o poder de Deus, isso
não passa de uma ilusão. Pois, na plenitude dos tempos, Deus, através do seu
Ungido - o Filho do Homem - revelará o seu poder, e estabelecerá um Reino que
jamais será destruído. Isso acontece agora em Jesus!
Qualquer interpretação de um texto
apocalíptico que bota medo nos ouvintes é necessariamente errada, pois a função
da literatura apocalíptica é de animar e dar coragem aos oprimidos e
sofredores. Por isso, o ponto central do nosso texto de hoje é uma mensagem de
ânimo, coragem e fé: “Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se e
erguem a cabeça, porque a libertação de vocês está próxima.” (v. 28)
Este trecho tem uma dimensão
fortemente cristológica - nos afirma que Jesus, o Filho do Homem vitorioso, tem
em controle todas as forças, sejam elas de guerra (v. 9) ou do mar - símbolo de
forças indomáveis na literatura judaica da época (v. 25). O versículo acima
citado traz uma mensagem cheia de confiança: em contraste com a atitude de
covardia dos malvados (v. 26), os discípulos ficarão com a cabeça erguida, para
acolher o juiz justo, o Filho do Homem.
Mesmo assim, os eleitos devem ficar
atentos para não caírem. Devem cuidar muito para que: “Os corações não fiquem insensíveis
por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida.” (v. 34)
Pois, é fácil assumir as atitudes do
mundo, sem que notemos, a não ser que sejamos vigilantes. Por isso, o texto de
hoje termina com um conselho válido também para os discípulos dos tempos
modernos: “Fiquem atentos e rezem todo o tempo, a fim de terem força.” (v. 36)
O Advento é tempo oportuno para que
examinemos a nossa vida para descobrir se realmente estamos atentos o tempo
todo para não perdermos as manifestações da presença de Jesus no meio de nós. É
tempo de nos dedicarmos mais à oração, para renovarmos as nossas forças, para
não cairmos na armadilha da “desatenção” no meio das preocupações e barulhos do
mundo moderno, para que os nossos corações continuem “sensíveis” aos apelos do
Senhor, através dos irmãos e irmãs, no nosso dia a dia!